A insustentável perfeição do ser
Bacana o texto do Marcelo Coelho sobre anorexia, publicado hoje na Folha de São Paulo. Ele fala em "padrão de auto-superação, uma espécie de incapacidade de reconhecer os próprios limites".
Nesses últimos dias, andei pensando sobre o assunto e me veio uma idéia muito clara sobre a sociedade e a doença. Vivemos na era da imagem e as pessoas estão cada vez mais obcecadas com a perfeição. O conteúdo foi esquecido e só o que importa é a aparência. As pessoas buscam um "ideal de elegância incorpórea e inatingível", como diz Coelho. Todos querem ter corpos limpos, leves, sem peso algum, sem poros nem imperfeições. Em busca da sublimação, esquecemos do que é humano.
4 Comments:
biti,
tenho pensado mto sobre isso tb, ainda mais agora com todos os escandalos...
o corpo ideal pra moda dura pouco, hehehehe
poucas (quase nenhuma) mulheres amadurecem com quadril 88, e cintura 62.
a gente persegue um ideal d corpo de uma menina entre 14 a 17 anos...eh realmente cruel.
como vc acha q o fashion system vai sair dessa?
bacana seu blog!
bjs,
rogerio
Oi Rogério,
Eu acho difícil que o padrão da magreza da moda seja revertido. Mas acho que a própria discussão e a reflexão são saudáveis e produtivos. Explico: o fato do assunto estar sendo discutido e não estar mais sendo "varrido para debaixo do tapete" já é um avanço. A anorexia era um tabu na moda. Agora, todos que estão neste mercado (a na socidade) precisam dar atenção ao problema.
também acho que o que a gente mais aproveita da onda toda de morte/anorexia é a discussão/reflexão. porque uma coisa é a doença ter fundo psicológico e razão não definida pela medicina, outra é a gente ter padrão estético estabelecido (e aceito!) há tempos, sem chance de mudança ou reposição repentinos. daí a gente aproveita pra pensar enquanto isso, não?
Biti querida, que bom ver o seu blog sem frescura.
uma tristeza essa história da anorexia, todas essas notícias de morte. Penso que a moda é só a ponta do iceberg. idéias doentes fazem corpos doentes. a gente tem que ter um filtro vital para olhar o mundo e as modas todas -- e escolher o que nos alegra e não o que nos mata.
um beijo, déborah
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